sexta-feira, 15 de julho de 2011

Por que o Homem busca todas as respostas?

Segue a lógica de Stephen Kanitz: "Não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas". Os impulsos sociológicos que levam os Homens pós-modernos a buscarem incessantemente em seu cotidiano a resposta para inúmeras perguntas reside, em uma observação geral, na busca pela afirmação da superioridade da raça humana em detrimento das demais existentes no globo terrestre. 
Em um primeiro momento a culpa não é da contemporaneidade. A velha máxima de Descartes prova que desde tempos remotos os seres sociais se preocupam em se diferenciar dos animais e da natureza de maneira quase arrogante: cogito ergo sum, onde o argumento da racionalidade é um propter hoc petulante, na medida em que somos racionais, portanto, melhores.
Quando o Homem iluminista aceitou a sua racionalidade em detrimento da teologia e passou a tomá-la como norteadora de suas ações, descobriu não só que os fatos não podem ser explicados única e exclusivamente pelos argumentos divinos, mas também que a sua capacidade lógica poderia vir a ser uma importante ferramenta de dominação da natureza e dos animais.
O conhecimento passou a ser valorizado a tal ponto que hoje, para ter-se uma vida farta e uma carreira de sucesso, a educação é fundamental. Temos que saber os pontos fracos dos "inimigos" que são a natureza e o animal irracional para podermos mantê-los sob nosso domínio.
Os seres sociais precisam sempre, de algum modo, estarem certos e serem melhores. É por isso que, por exemplo, a questão sobre a gênese do universo é um tabu. Os homens não tem controle sobre esse assunto, pois são inúmeras as hipóteses que o cerceiam. E isso os frustra a tal ponto que as buscas por uma explicação racional continua e continuará indeterminadamente.
É nesse sentido que a inteligência é supervalorizada. Fomos criados com a ideia de que temos de conhecer o máximo possível para chegarmos a algum lugar. 
Quem parece não ter entendido isso ainda são os políticos, que parecem tomados da doença da cegueira branca de Saramago e fazem vista grossa às dezenas de milhares de pessoas que convivem com menos de um dólar por dia. 
Até um macaco-aranha na floresta Amazônica parece ter mais. 

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