terça-feira, 5 de julho de 2011

Tecnologia parasitária

"A verdade que torna os homens livres é, na maioria dos casos, a verdade que os homens preferem não ouvir". Desde a dissolução da modernidade sólida, seguindo as teorias de Parmênides (tudo se desmaterializa) e Weber e Marx (tudo que é sólido se desmancha no ar), o ser social vem acompanhando, até o seu limite, o desenvolvimento de novas tecnologias a uma velocidade exponencial. A liberdade para Herbert Sebastian Agar é uma crítica ao comodismo, pois o Homem não sabe viver se não no capitalismo. Desse modo, a tecnologia cerceia a qualidade de vida dos cidadãos.
O desenvolvimento da produção gera uma felicidade aparente, ou líquida. Ela é condicionada pelo consumismo frequente, que torna os indivíduos dependentes da tecnologia. Eles não querem ser deixados para trás, precisam acompanhar a evolução para não serem excluídos.
Esse ethos do ser social provoca a globalização negativa e a supermodernidade de Augé, em que a superabundância de referências individuais gera a seleção de capitais e bens.
As moléculas frouxas da segunda modernidade (termo cunhado por Ulrich Beck para designar a contemporaneidade) fazem com que a tecnologia afete as relações sociais, pois seguindo a arquimetáfora de Foucoult, a era pós-panóptica dispensa a presença física como requisito para a comunicação, provocando a artificialidade dos networkings e relacionamentos virtuais.
O medo do erro, da falha e da quebra dessas tecnologias são condições sine qua non do comportamento do homem moderno. Ele se torna dependente não só do consumismo, mas do próprio bem.
Sendo assim, a qualidade de vida dos seres sociais da modernidade fluida é limitada pelo desenvolvimento e evolução do mundo, bem como a sua própria liberdade. E, assim, a tecnologia se torna cada vez mais um parasita. E dos grandes.

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